Vida Noturna

A vida noturna nas principais cidades e ilhas gregas é extremamente movimentada. Faz parte da cultura do povo grego a paixão pela música, pela dança e pela diversão. Não importa o dia da semana, é raro um grego de qualquer idade ficar em casa à noite, especialmente no verão. As cafeterias e tavernas são lotadas; os barzinhos muito animados. As grandes casas de espetáculos musicais são chamadas carinhosamente de Buzukia, em homenagem ao Buzuki, instrumento musical típico da música grega. São incontáveis as Buzukia em Atenas, especialmente na região da praia, no verão, nos bairros de Glyfada, Voula e Vouliagmeni e outras, as chamadas de inverno, localizadas no centro da cidade. Em Thessaloniki se espalham por toda a orla marítima. Os cantores gregos têm o hábito de se apresentarem ao vivo por temporadas que podem durar meses. Na maioria dos espetáculos, três ou quatro artistas famosos, às vezes de estilos musicais totalmente diversos, se revezam no palco, cantando por horas ininterruptamente. Os shows começam tarde, por volta das 23 horas, mesmo em uma segunda-feira. Raramente se sai de uma Buzukia antes das 5 da manhã. Nos finais de semana do verão, é comum a casa fechar depois das 7 da manhã, com muitas pessoas indo direto tomar banho de mar, logo em frente. Os shows na época do calor, em sua maioria, são realizados à céu aberto, com a lua e as estrelas fazendo parte do cenário. As produções são muito ricas, com ares que lembram a Broadway; a animação do público é uma emoção à parte. A tradicional quebra de pratos ( hoje proibida na maioria dos lugares ) foi substituída pela maravilhosa guerra de flores. Cestas de pétalas são vendidas nas mesas e a maneira com que as flores são jogadas uns nos outros podem ter o significado apenas de alegria e amizade como podem sinalizar uma paquera, especialmente se a flor lhe é atirada de volta. Quando as músicas dançantes começam, as pessoas parecem enlouquecer. Ao tocar um Tsiftetéli as mulheres sobem em cima das mesas para dançar o ritmo do rock com entonação de música árabe; se a música é o Zebékiko são os homens que invadem o palco para dançarem, sem parceiras, a antiga música dos presídios e dos bêbados. Homens e mulheres que dançam são ovacionados com uma chuva de pétalas de flores.

A vida noturna nas ilhas inclui bares e boates com música grega e estrangeira. Nas ilhas mais cosmopolitas, como Mykonos e Santorini, a pista de dança é praticamente obrigatória. Muitos estrangeiros, que passam com freqüência o verão na Grécia, se desinibem e dançam a música grega com a mesma paixão de um grego. Nas boates menores, quando alguém se levanta para dançar o Zebékiko, a pista se esvazia para que ele dance sozinho. Muitos se ajoelham ao redor da pista e acompanham a dança aplaudindo ao ritmo da música. O Zebékiko é uma dança desgovernada, cujos passos são ditados pelo coração do dançarino. Nesse momento, dizem os gregos, ele põe sua alma para fora. Como foi muito bem mostrado no clássico filme de Jules Dassin “Nunca aos Domingos” ( Never on Sunday ) não se deve interromper, por motivo nenhum, alguém que esteja dançando o Zebékiko, nem que seja para simplesmente cumprimentá-lo pela belíssima coreografia.

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